A importância do projeto luminotécnico é pouco ou nada abordada na faculdade de arquitetura. Por isso, quase todo o profissional da área tem dificuldade na hora de desenvolver um projeto luminotécnico residencial. Hoje vamos ajudar nesta questão e mostrar o que é importante considerar para agregar valor a um projeto de sucesso.
Antes de sair fazendo um projeto de iluminação, existem alguns conceitos básicos que precisamos conhecer. Não é apenas escolher uma fita de LED e distribuir na sala, no quarto ou outro ambiente. Toda escolha tem uma intenção.
Projeto: Waldir Junior
A iluminação natural é essencial para qualquer ambiente e, quanto menos iluminação natural, maior será o esforço para iluminar um projeto artificialmente.
A iluminação interfere diretamente na forma como percebemos o ambiente, é capaz de trazer diferentes sensações, afetar o humor e a produtividade e, por isso, a importância de planejar bem o projeto luminotécnico na hora de desenvolver um projeto arquitetônico.
Já dizia o nosso mestre da Arquitetura, Oscar Niemeyer:
Uma boa iluminação levanta uma arquitetura medíocre, e uma iluminação ruim acaba com o melhor projeto.
Mas o que precisamos estudar para desenvolver projetos melhores?
O que é LED e por que ele é tão popular?
LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz). É um componente eletrônico semicondutor que emite luz quando percorrido por uma corrente elétrica. Atualmente, pode ser encontrado na grande maioria das lâmpadas, fitas, perfis e luminárias integradas, além das mais diversas aplicações, que vão desde eletrodomésticos até veículos. Geralmente está disponível em uma única cor ou em versões multicoloridas, comumente chamadas de RGB.
No caso das lâmpadas e fitas de LED de luz branca mais utilizadas, bem como nos demais tipos de lâmpadas (halógenas, fluorescentes, incandescentes...) é importante também observar a temperatura de cor, como veremos mais adiante.
O que torna o LED tão popular atualmente são sua versatilidade e sua eficiência energética em relação às outras lâmpadas.
Potência, eficiência e outras grandezas fundamentais
Antes da popularização da iluminação com LEDs, o senso comum era levar em conta apenas a potência das lâmpadas, que é medida em Watts. No entanto, é preciso estar atento ao fato de que uma lâmpada com uma potência maior não é necessariamente a que ilumina mais e sim aquela que consome mais energia. Ou seja, em tempos de sustentabilidade, a eficiência é um fator determinante.
Intensidade luminosa, Iluminância e Luminância
Intensidade luminosa é a potência da radiação luminosa emitida por uma fonte numa dada direção e é medida em Candelas.
Iluminância é a relação entre o fluxo luminoso que incide na direção perpendicular a uma superfície e a sua área. Sua unidade de medida é o LUX.
Luminância é a razão da intensidade luminosa refletida numa dada superfície aparente e está relacionada à percepção da luz pelo olho humano.
Fluxo luminoso
O fluxo luminoso é um dos conceitos mais importantes da iluminação. Sua unidade de medida é o Lúmen e representa a quantidade de luz emitida pela lâmpada e, portanto, sua capacidade de iluminar um ambiente.
É justamente a relação entre o fluxo luminoso e a potência que determina a eficiência de uma lâmpada.
Normas técnicas
Para achar o fluxo luminoso que um ambiente necessita é importante entender as atividades que nele serão realizadas e consultar as normas constantes na tabela correspondente da ABNT, onde o LUX é a iluminância mantida.
Em uma bancada de cozinha, por exempolo, são indicados entre 200-500 LUX. A iluminância representa a quantidade de lúmens que uma lâmpada emite dividida pela área da superficie, e será medida em LUX. Se queremos atingir 500 LUX em uma bancada de 2 metros quadrados, precisaremos um fluxo luminoso de 1000 lúmens, ou seja, se colocarmos um perfil de led com 1000 lm sobre essa bancada, vamos atingir o que estamos buscando.
Temperatura de Cor
Fundamental para a escolha da lâmpada ideal é ter conhecimento sobre a temperatura de cor. Gosto de usar um exemplo simples, assim vocês não vão mais se esquecer deste conceito. Vocês já entraram em um fast food e tiveram vontade de sair correndo e ir embora? Bem diferente de entrar em um restaurante chique e ficar por horas sem se dar conta que o tempo passou. Esse é o melhor exemplo de uma iluminação com intenção. Enquanto em um fast food, onde se quer que você compre, consuma rápido e vá embora, a luz é bem branca e fria, no restaurante chique, a luz é mais amarelada, quente, e a atmosfera é aconchegante porque a intenção é fazer você sentar e consumir mais.
Quando você pensar em temperatura de cor, lembre-se: luz quente acolhe enquanto a luz fria acorda. Quando falamos em um ambiente residencial, geralmente estamos falando de acolhimento, certo? Agora você já sabe qual a temperatura de cor mais indicada. Claro que isso pode variar no caso de ambientes como cozinha, banheiro ou área de estudos e trabalho.
E por falar nesses ambientes, o Índice de Reprodução de Cor (IRC) também é muito importante na hora da escolha da lâmpada.
Leia "Índice De Reprodução De Cor E Temperatura De Cor: Como Escolher A Luz De Cada Ambiente" para saber mais.
Nós te ajudamos
Estes são alguns dos conceitos que você precisa entender antes de pensar no desenvolvimento do projeto.
E não esqueça, as escolhas devem sempre ser feitas com intenção, pensando nos efeitos e sensações que queremos levar para dentro do ambiente!
Se você quiser mais informações, como uma explicação completa do cálculo do fluxo luminoso para cada ambiente por exemplo, essa é uma das etapas mostradas passo a passo no nosso Guia de Iluminação, além de temas como curva de distribuição, eficiência luminosa, UGR, tipos de ofuscamento, propagação da luz, entre outros. Ficou interessado? Além do livro, você pode ter o E-Book em PDF no seu tablet ou celular.
Espero que o conteúdo de hoje te ajude a projetar mais e melhor.
Beijos, Rê.