Ao criar um projeto de arquitetura de interiores ou de uma reforma, onde serão modificados pontos elétricos e hidráulicos, por exemplo, é imprescindível planejar o layout em conformidade com o posicionamento de alguns elementos fundamentais dentro do ambiente.
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Precisamos decidir onde ficarão posicionados o fogão, refrigerador, pia, fornos, coifa, etc. Com este planejamento podemos definir onde ficam os pontos de gás, tomadas necessárias, ponto de entrada de água, ponto de esgoto e em concordância com estas posições os móveis são projetados, prevendo as passagens de cabos, tubulações, instalação de luminárias e recortes que serão necessários.
Dentro da arquitetura de interiores, de maneira simples e em uma escala pequena, assim é feita a compatibilização de projetos. Onde o projeto de layout e mobiliário precisa estar intimamente ligado com o projeto elétrico e de iluminação, com o projeto de forro, paginação de piso e revestimentos de paredes, posicionamento de pontos hidráulicos, etc. O planejamento minucioso de todos os elementos necessários para compor um ambiente, pode ser considerado uma maneira de compatibilizar projetos.
Pensando em uma escala macro e mais abrangente da arquitetura, temos diversos projetos técnicos que se integram ao projeto arquitetônico e que o completam. Estes são os chamados projetos complementares (por exemplo: projeto estrutural, projeto hidrossanitário, projeto luminotécnico, projeto de climatização, projeto de proteção e combate a incêndio, entre outros) e o ideal é que sejam realizados por profissionais especialistas em cada área.
Nos projetos complementares, todos os elementos são previamente especificados, previstos e dimensionados em acordo com o projeto arquitetônico.
Compatibilizar projetos é conferir se os componentes dos sistemas não estão ocupando espaços conflitantes entre si e, assim, garantir que os dados compartilhados tenham conexão e sejam seguros desde a etapa de projeto até o término da execução da obra.
E mais do que a detecção de possíveis conflitos, a compatibilização realizada vai possibilitar que um projeto bem elaborado e compatibilizado reduza cerca de 40% dos problemas gerados em obra. Tais benefícios geram também uma redução significativa de retrabalho e custos de orçamento.
A compatibilização pode ser realizada de maneira manual, sobrepondo as plantas num software como o AutoCAD, por exemplo, verificando se não há conflito entre os projetos, e se houver, procurar corrigi-los para que não ocorram problemas na obra. Ainda hoje esse é um dos modos mais comuns de se compatibilizar projetos.
Entretanto têm sido amplamente difundido o uso de softwares que usam o BIM como fundamentação. BIM é a sigla para Building information modeling, ou seja, é um modelo que concentra todas as informações de uma construção, desde o projeto em si até os materiais que o compõem. Ele se utiliza de um modelo 3D inteligente, onde todas as informações do projeto ficam armazenadas. Assim, cada profissional presente na fase de projetos de uma edificação, consegue saber se o projeto que lhe compete trará alguma interferência ao projeto de outro profissional envolvido.